segunda-feira, 9 de julho de 2007

Insónias


Aquelas noites,
De brisas electrificantes
De corpóreos rugidos monumentais
Mágicos luares passados
Tumultos deslavados
Foram assim, finitas noites esplendorosas
Memórias obscuras, desfocadas
Acrescidos sonhos que o foram
Na curta vida existencial, mais um tesouro que naufragou
Diminutos dias estrondosos
Aqueles por que delirei
Viagens a Índias impossíveis a que rumei
Aliciamentos em terras de marfim
É o testamento a que me proponho
Que aqui se encontra descrito
De alegrias e emoções eternas
As tais que desvanecem com o tempo
Sou assim, a testemunha de luzes e sons
Espectáculos mirabolantes dos meus pensamentos
Choros de alegria, gritos de prazer
Irmãos de ocasião
Corações em união
Linguagem universal de fantasias
Sonhos momentaneamente realizados
Posteriormente desfalecendo
Eu e a demais multidão
De gritos em irmãs causas
Cruzados em demanda pela felicidade
As batalhas calmamente travadas
Em excitamento e confusão ordenada
Diferenças onde não existem, semelhanças que diferem
Igualdades de razão
Por breves momentos fomos unos
De esperanças concretizadas
Corações de janelas abertas, puros
Sístoles sincronizadas com ardor
Somos o desespero e a emoção
De o nirvana alcançar
Somos o choro e a alegria
De tal experiência vivida
Quero explodir de sentimento
E bramar aos céus tamanha perfeição
Por breves momentos, nada mais importa que a paixão
Tal apego a incomparáveis tesouros
A capacidade de sentir com tamanha vivacidade
Mas fiquemos por palavras
Aquelas que descrevem a emoção e o sonho
Esses que já vão longe
E com isso teremos de nos contentar
A memória de tais palavras que aqui permanecem
O espectáculo acabou
Os grandes gatos recolhem a suas jaulas
E o sentimento desvanece
O testemunho cai no esquecimento
Mas por breves momentos
Fomos heróis de tempos esquecidos
Irmãos em cruzadas impossíveis
Luzes e sons de paixão irreal
Fomos...Os nossos sonhos e esperanças realizadas
E assim a cortina desce, o circo desaparece

3 comentários:

zetrolha disse...

Até que enfim que apareceu o Pedro Abrunhosa de saias...agora transforma esse poema em música.Se precisares de um músico,eu toco muitas vezes flauta.

Leonor disse...

Abrunhosa de saias!!!!!?????? Que horror sincenramente!!! Acho que fiquei chocada

Expresso Oriente disse...

este poema, publicado no dia dos meus anos... encaixou-me.