segunda-feira, 26 de novembro de 2007

À Beira-Mar


Estou dividida
E para sempre indecisa.
Vivo em opostos
Para a eternidade enloquecida
Quero bradar silêncios
Como gritos murmurar
Em opostos concebida;
Em meia perfeição jamais percebida
Sou o copo por encher
A água a transbordar
Não sei que faça de minha quietude
Se para sempre quero viajar
Sou louco sem tino
Ajuízada por demais
Quero o meu canto saudar
Entre multidões vociferar
Alma, fantasma, vislumbre
Ser atormentado entre água e fogo
Senhor Peixes ouve,
Leão Senhor fala.
Escuto ondas, vagas de memória
Sou incandescente, futura erupção
Incontrolável coisa indomável
Esquizofrenia de vida!
Morte e vida por fases
Morre ele, vive ela;
Suicída-se ela, renasce ele.
Copos constantes
Fogos fátuos intermitentes
Vivo de opostos
Razões sem lógica:
Dócil gato medroso,
Eriçado felino astuto.
Tenho luas por agir
Mentes por conseguir
Mulher, homem
Homem, mulher
Quem é quem,
E quem virá?
Sou doido desvairado
Confusa temerária
Sou sentido de impossibilidade
Equação sem solução
De espera a calma,
Caos por advir
Gritemos profundos silêncios
Clamar sanidade!
Vivo da cidade,
Do campo e mentalidade
Quero saber as verdades
Quem é quem,
E quem serei!
Calma ou desvario,
Lógica ou ambiguidade?
Entres peças que encaixam
Há mais sobras que vontades
Um Dó Li Tá,
Serei livre ou fico como está?
Um dia governarei o mundo
E serei um ser só
Opostos deixarei de ter
E a minha vida cessa de o ser
Em vida e morte, um e outro
Apenas um dia se saberá
Em fúnebre funeral funesto
Qual prevalecerá

sábado, 10 de novembro de 2007

Hemisférios


De passagem na travessa,
Puta de vida esta!
Somos esquizofrénicos constantes,
Temos o mundo em instantes!

Perdida de amores
Por almas proibidas
Choro em profundos clamores
Para caras perdidas.

Falo de surrealismos,
Ninguém me entende.
Atiro-me para abismos,
Suicídio valente!

Todos os dias sou mágoa,
Felicidade e fantasia.
Tal copo sem água;
Falta-me calor e a tua companhia.

Crio mundos,
Vómitos de palavras!
Vivo para absurdos,
Mortes por meias facas.

Desejo sonhos por clamar
A tua presença para amar
Irrealidades bucólicas
Estes fados por desejar.

Sou homem incerto,
De comportamento incompleto;
Altivo e distante,
Verdadeiro gelo cortante.

Oportunidade vãs vivi,
Loucuras, paixões suplicantes
Nestas palavras me perdi;
Graças a suspiros distantes.

Sou corpo, vómito e cadáver
Hilariante lixo de cidade;
Vítima de fama e crueldade,
Olho com desdém a realidade!

E em tempos amada;
Por entre ruas de metal e frio,
Criei esperanças no vazio
Na espera da tua chegada.

Em barcos redondos vou,
Preso por entre terras;
Assobio e já cá estou
Louco às avessas!

Quis manter-te em presença,
Ser louca como tu.
Estamos os dois em desavença,
Pois falta-te amor e subtileza.

De meu nome Pierre,
Conjunto de palavras em espirítos
Alma de loucura e desvarios,
Alguma vez jamais visto!

Leonor suspeita,
De teus gritos farta.
Um pouco de juízo desejo
Este amor de prejuízo basta!

Conversas de pouca dura
Confrontações constantes
Somos dois num espaço só,
Para sempre unidos por um nó.