quarta-feira, 23 de abril de 2008


Hmm
Hn
Ou pois,
São todos silêncios sussurados

Podia dizer que me enervas
Mas muito me dás nojo

Eu falo, tu não
A vantagem é minha

Tu tens amigos, eu não
Afinal o destino é sádico

Corto a pele às minhas palavras
Existem sons compadecentes

Mas a verdade é uma
Eu odeio-te e abomino
É o meu discurso em suma

quarta-feira, 16 de abril de 2008


Tenho um grito por gritar
Como uma voz para falar
Não sei como, nem porquê
Mas sinto-me bem no silêncio

Tenho pernas para andar
Como braços para abraçar
Não quero saber, nem perceber
Mas prefiro ficar bem sossegado

Tenho cérebro para pensar
Como uma alma para avaliar
Não me interessa, nem me incomóda
Mas sabe-me melhor ignorar

E acabando a despejar
Desejo querer matar
Não é engano ou mentira
Simplesmente encontro-me indiferente

sexta-feira, 11 de abril de 2008


O povo português

Muito amável e sentido
Em surdina todos gritam:
- Viva o rei perdido!

No ano de 2091
Muito à frente de qualquer compreensão
Volta na sua nau,
O bom rei D. Sebastião

Muito chora e abomina.
O seu amado, esse
Há já muito tinha ido

Entre as lágrimas que derramam
Ainda não compreendeu
Está noutro tempo
Numa diferente dimensão

Pessoa rebola na campa
Com tristeza a afogar
Ainda não viu o rei
Imagem santa por adorar

Quando mais tarde percebeu
Franzino rei D. Sebastião
Quedou-se de tal forma amargo
Que de imediato faleceu

quarta-feira, 2 de abril de 2008


Não tenho palavras para sair
Nem tão pouco inspiração
Estou tão seca como uma fonte pode estar
Uma que jorra
E brota ainda assim
Mas que de fresca
Pouco tem para dar

Não há necessidade de mentir
Mais vale acreditar
Que definitivamente estou acabada
Pronta para desistir do meu ar