domingo, 11 de maio de 2008

Zaratustra falou


Acoçado por isto
Reacções por que me tormentam
Reza o dia em que tudo fuja
E o cálice envenenado estala
Escorre-me o calafrio pelo corpo
Ah - ocorre a espera
Infinitamente tudo será
Seja a minha vida que escurece
Ou o brilho que me fecha o ar
O mundo que foge da minha consciência
E mal consigo parar
Corre, e tudo corre
Avalanche de licores visíveis
Momentos que foram vertidos
Ensurdecedores sons sorridentes
A loucura que trespassa celestialmente
Imaculada raiva doutrina
Vai uma, duas, três de seguida
Hoje há dogmas, amanhâ...
Talvez acabe o dia
Tenho um gato como fachada
Esguio e melindroso
Dá-me o leite porque anseio
O sopro que me rouba o suspiro
Dá-me a faca mais uma vez
Permite-me rasgar o mal
Corta uma, duas, três de seguida
Acalma a ebulição que me ferve

Manhã, gloriosa noite
Beija o mar
E chora-lhe o salgado

Grita-se a esses longos,
Grandes fiordes - deuses de gelo
E quebra-se além o ar

3 comentários:

Anónimo disse...

velocidade. rajada. o tempo que escorre. a angústia (mais uma vez). a ferida e a raiva (na faca que rasga, um, dois, três). e o três é número pleno e, no entanto, sente-se incompleto, sente-se que falta e isso angústia, recomeça, um, dois, três...

Anónimo disse...

Acho que os temps não têm andado positivos. São os lícores que estalam tudo

Anónimo disse...

idem...
o sol nunca brilha muito tempo... a alma anda como o tempo... a primavera sempre foge... desejo que as nuvens fujam rapidamente desse teu céu e regressem os azuis.

p.s.: tenho saudades dos fins de tarde laranja-rosa dos dias quentes de verão...