terça-feira, 8 de julho de 2008


É morte

Não percebo
Sufocado por entre a enclausura
Um breu mais negro que todos os outros.
Tic-tac, Tic-Tac
As ruelas do tempo
Companheiros calcetados
Íngremes avenidas sem elevação
Quero puder...
Ver mais do que este espectro,
Mas dizem-me que não.
Sinto-me agitadamente inactivo
Inúteis tempos mortos
Escravidão a uma liberdade que nos consome;
Sou fechado...em mim
Estou condenado
Rastejando em terra
Por entre lágrimas
- As minhas ou de outros
E já não são ruas
Mas paredes que me engolem
Como olhos brancos pintados,
De um mal maior que me devora
Esperneio por uma vida que não me compete.
Caio
-Numa queda mais intensa
Não ha fim ou tão pouco começo
Apenas o contínuo momento.
Um golpe
E outro de novo
Um a um os sinto,
Espancado por todos os sentimentos
A verdade tão inimiga
Ou a mentira que oculta,
Até mesmo o ódio que se enfurece
Cada um deles tem o seu juízo.
A morte nesta minha vida
A alma não resiste
Vegetal coma de esperança;
Não há regresso
E a partida foi esquecida.
Suplico;
Mais um homem que o gato mordeu
Pela neve
Sem destino ou abrigo
Candeeiros fundidos
Vergastadas de malícia.

Era so mais uma noite
Inocente e ignorante crespúsculo;
As cores brotam de mim
- E eu sorri

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