quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Entre Nós


De que havemos falar,
Quando não temos certezas?
Sei de cor as tuas letras
E tu de memória o meu nome
Mas já nada disso basta
Ao termos em mente
Que demos um passo em frente
E assim somos,
Ambos desconhecidos
No nosso mútuo compreendimento
Ao que nada valem os supostos conhecimentos
Tento avaliar essa face visível
Para mais tarde descobrir
A lua invísivel
E assim ficamos
Sem conseguir evoluir
Pois eu penso que alcancei
Todos os tesouros e segredos
Para me fugirem entre os dedos
Perante ti na ilusão
Ou na tua ausência em desilusão
É injusto tal acontecer
Pois eu quero desvendar
Caminhar para o saber
Ler as tuas entrelinhas
Sugar as tuas tonterias
Mas de nada o nada obtemos
E insossos ficamos
Por falta de melhor resposta
Ao que mais ansiamos
Até podemos andar, viajar
Entrar num carro
E ver paisagens até fartar
Que o nosso silêncio permanece
Enquanto a faca não cortar
O que fica quando nada se esclarece
Deixas o que nao deverias deixar
E permites-me imaginar
Se seria diferente
Estas situações superar
És como um íman de mil faces
Envenenando a minha esperança
Atraíndo e afastando
Mas nunca ao teu lado
Definitivamente ficando
Deixas-me confuso
Sem forma de agir
Nem sequer uma ajuda
De como sentir
Podemos talvez desejar
Um dia alcançar
Todas as respostas que procuramos
Mas até lá,
No mesmo ficamos

6 comentários:

Anónimo disse...

aparentemente simples... e lindo.

E.O.

Leonor disse...

Deixaste a desejar na tua critica. Nunca te vi dizer tão pouco. Acho que é por andares tao sobressaltada com o que sinceramente não sei.

Leonor disse...

Ps: Mas obrigado pelo comentário, fiquei com uma sensação de desagrado com este poema.

Soul, Heart, Mind disse...

Desculpa, Leonor.
Já era para ter vindo hoje explicar porque foi o comentário tão curto. Estava muito cansada e não estava muito bem porque ando nervosa e ansiosa com uns resultados que estão para sair [assuntos profissionais]. Mas o teu poema preencheu-me por completo e fez-me sentir muito bem. Digamos que foi um excelente modo de terminar uma noite difícil. Achei que fizeste um excelente retrato de uma relação entre duas pessoas, as dúvidas, as incertezas, as contradições, tudo contado de uma forma "aparentemente" simples. Gostei mesmo muito.

E.O.

P.S.: No entanto, porque não sou de engolir sapos nem de falar por trás, também não posso deixar de referir que a minha crítica vale o que vale [e não sei se vale muito já que tanta gente ficou ofendida com as minhas palavras].
Bom fds

Leonor disse...

Desejo-te sorte nos resultados que esperas. E agradeço-te pelos comentários. Muitos são os que são vagos a falar sobre os meus poemas e espero já de ti o que sempre me deste, uma boa crítica (seja ela positiva ou não). Não vais só as aparências ou ao simples gostei. Agrada-me e preciso de mais resposta nos meus poemas. Quero ver outro modo de ver para além do meu.
Quanto ao valor da tua crítica, dos outros não posso falar, mas de mim posso e prezo-a muito.
As ofensas de que falas não são entre mim. E a troca de ideias fervorosa (prefiro chama-la deste modo) são entre ti e a Penelope.
Para mim és sempre bem vinda como ela, mas não posso pedir que terminem a vossa querrela. Só isso seram vocês capazes de fazer.
Mas não te acanhes, tens sempre uma porta aberta neste canto da teia.

Leonor disse...

Esqueci-me de falar no poema. tal como acima referi, há sempre inúmeras formas de interpretar um poema. Para mim é uma descrição de uma amizade recente, em construção. De avanços e recuos que tal implica. Um maior avanço por uma das partes, que possivelmente, origina confusão, um pouco de tristeza e dúvidas. esta é a minha visão