terça-feira, 18 de março de 2008

Quando Kafka Voou


Um dia tive um gato
Guardado num bolso por aí
Focou-se no desejo
De um dia voar.

Tinha pena do bichinho
Porque lixada era a gravidade
Tal era a atracção
Que só restava cair

Muitas noites chorou
E entre soluçoes engasgou
Ainda tentei demovê-lo
Mas era demasiado pequeno
De jovem não lhe serviu o pepino
E morreu para sonhar
A meio da queda
Os cristais olhos quebraram

Não valia a pena desejar
Ele nunca mais iria cantar.

3 comentários:

Expresso Oriente disse...

O teu gato tb se chama Kafka??? UAU!

Quanto ao conteúdo do poema... bem... assustou-me o desfecho trágico. Mas é curioso como os gatos gostam de desafiar as leis da natureza. Admiro-os nisso.

Um beijo de quem está a lutar para tirar o rabiosque da cama, abrir as janelas e rumar até à praia em busca de calma [estou definitivamente a enlouquecer]

Leonor disse...

Não, o meu gato não se chama Kafka (apesar de começar com K), mas lembrei-me de um livro que li. Daí o título.
Estás a lutar, é o que importa.
Um abraço (:

Expresso Oriente disse...

Eu sei... por isso o meu comentário de espanto :) Japonês, certo?