quinta-feira, 21 de junho de 2007

Encontros banais

Um dia encontrei-te
Começámos a falar
Eras só incertezas, nem tu próprio sabias o que dizias
Horas esquecidas, conversas que não ouvias
Falava contigo mas parecia que não compreendias
Estás aí?
Respondeste que sim
Afirmaste que te distraíste
Olhar confuso, abstraído
É assim, falar contigo, dialogar com uma árvore balbuciante
Palavras de folhas caídas, tempo perdido
Desabafas o teu coração
Choras o que não tens, deitas a perder o que possuís
És um puzzle de cem peças
Falamos, uma e outra vez mais
Bloquei-os mentais
Voltamos ao mesmo, quantas vezes já?
Não prossegues, não retrocedes
Estamos a falar de quê?
Percebo-te ao mesmo tempo que não
Deixas-me confusa, perplexa
É melhor ir-me embora, há mais que fazer
Pedes para esperar, momentos estagnados
Explicas, uma e outra vez de novo
Tenho um problema, não te acompanho
Mil perdões e desculpas
Falas de vazios e esquecimentos
No entanto, até que é agradável
A cabeça fica leve, por te encontrar
Silêncios, uma e outra vez de seguida
Estávamos a falar?
Já não me recordo
Procuras a perfeição, eu o infinito
Acho que acabou, o cruzar do nosso caminho
Adeus, foi bom poder falar contigo
Até um dia, até mais
Espera, digo eu
Porquê falar de esquecimentos?
Pergunto algo para o qual já sei a resposta
Talvez, penso eu, por querer ouvir de novo
Fingimos que nos importamos
Dizemos que não vamos esquecer
Porém, temos o tempo contra nós
Mudanças de forças imagináveis
Finalmente, o adeus
Digo até breve, mas não acredito
Pronuncias um até amanhã, não é sincero
O nosso tempo acabou, o nosso caminho descruzou
Novos tempos e destinos
Foi bom conhecer-te, foi bom falar contigo
Até logo, meu amigo

4 comentários:

Expresso Oriente disse...

Este tocou-me. A sério. Há medida que leio alguns textos apercebo-me de como não há experiências exclusivas. Parece que tantas vezes os outros fazem os retratos das nossas vidas. Agora tu pintaste a palavras o retrato de uma parte da minha...

Leonor disse...

As experências de uma pessoa são ditadas em muito pela sociedade. As vivências de uns são a de outros. Em desastres naturais, um mero exemplo, não existe uma única pessoa a queixar-se de misérias. O que é mais exclusivo são os sentimetnos e emoções de cada pessoa. A maneira como vivemos cada experiência e interpretamo-la

zetrolha disse...

Hey Dj não ponhas a tocar essa canção prá mim...eu vou-me a ela!

Leonor disse...

Que canção? Não sou Dj nenhum, que horror